No que se refere à encomenda da obra, em um primeiro momento, temos a interpretação do próprio Mozart – de certa forma mística e supersticiosa – que, ao perceber a proximidade do seu fim, entendeu-a a como sobrenatural e advinda da própria morte que, materializada na figura do homem que contratou os seus serviços, dera a ele a incum-
bência de compor uma missa fúnebre para si mesmo.
Assim como toda a sua vida, os últimos seis meses de Mozart também foram extremamente férteis em termos criativos, e é deste período que datam as composições e estreias de algumas das suas obras mais significativas, como A flauta mágica e La clemeneza di Tito. Ao mesmo tempo, sabe-se também que durante esse período, o compositor austríaco atravessava sérios problemas financeiros e a instabilidade quanto ao seu futuro era alvo de constante preocupação.
E foi a partir de um novo mergulho em uma vasta literatura que a autora buscou um entendimento mais amplo sobre a sua vida pessoal e carreira, a fim de resgatar e compor, a partir desse conhecimento, os possíveis pensamentos, medos, inseguranças, sonhos e planos vividos naquele período.
Autor(a): Bruna Ramos da Fonte
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